sábado, 14 de fevereiro de 2009

O último encontro


“Vamos ao motel?”
Ele convidou e mais uma vez , ela calou, consentiu, foi…
Esse seria o último encontro, descobrira que ele era casado. Um homem quase irresistível, a voz, o toque, o cheiro, o olhar, a boca, ah, a boca! Já fazia algum tempo, lutava contra ela mesma…A luta da moral e da consciência, contra o instinto, seu instinto enfeitiçado pelas mão e lábios dele. " Isso tinha que parar! Não tinha cabimento, o cara era casado!" Prometia, rezava, pensava positivamente, racionalizava, julgava-se, condenava-se, mas, tudo em vão! Na presença dele, cedia, se deixava levar.
Assim, lá estava ela novamente, sentindo suas roupas serem trocadas por beijos e carinhos, que aceitava quase agradecida, sem constrangimento, com prazer… "Como podia? Aqueles beijos, aqueles carinhos, aquele homem, nada lhe pertencia, eram de outra!"
- Chega! Sei de tudo! Você é casado! - Gritou.
- Calma! Calma…Isso não muda nada entre nós. Respondeu ele, beijando-a repetidas vezes. E continuou, e intensificou, ela calou, se deixou levar pelo prazer que tanto lhe
agradava, daquela vez parecia melhor, “deve ser porque será a última”, pensou.
A cada orgasmo ela pensava, “foi a última …! " Mas ele voltava e ela gostava! “Foi a última…"(com esperança de ganhar mais). E, ganhava! Até que, de repente, ele gemeu e seu corpo caiu pesado sobre a mulher! Não fora o gemido que ela esperava, de prazer, de êxtase, bem ao contrário fora quase um grito, um grito de dor. Assustada reagiu, chamou seu nome, ele não respondeu, olhou seu rosto, estava sem cor, os olhos opacos e no pescoço um hematoma vermelho arroxeado, empurrou o corpo e pulou da cama. Ele estava morto!
- Moço olha a chave do 208, o hospede passou mal, dá para chamar uma ambulância?
Antes que o porteiro tivesse qualquer reação, largou a chave sobre o balcão, saiu para a rua e, de corpo e alma aliviados, gritou:
- Táxi! Táxi!

3 comentários:

Anônimo disse...

Bahhhh....essa é corajosa henn...ehehheh

Bjss

Vanessa Anacleto disse...

Nossa!!!

Dilermano, este é um comentário de contagem regressiva para a coletiva O livro da Minha Vida. Espero vc amanhã.

Abraço!

Dalva Nascimento disse...

Uau!

Adorei o final: "saiu para a rua ..., de corpo e alma aliviados"!

Beijos!