quarta-feira, 17 de julho de 2013

Merceditas – uma mulher, um amor, uma canção.




Amor não correspondido é certamente, uma das dores mais difíceis de  serem esquecidas, no caso de Ramón Sixto Rios e   Mercedes Strickler, parece que ele não só carregou pela vida toda como, ao compor Merceditas, eternizou sua dor.   
Morador de Buenos Aires, Ramón conheceu Mercedes, uma jovem da zona rural próxima ao povoado de Humboldt, província de Santa Fé, onde foi com uma companhia de teatro.  Mantiveram um namoro formal por dois anos, principalmente por carta, visto que continuaram morando cada um em sua cidade; Buenos Aires e Humboldt, respectivamente.  Passado esse tempo, Ramón propôs casamento à Mercedes, mas ela não aceitou e terminou a relação.  Inconformado, ele  continuou escrevendo e lhe enviando cartas por muitos anos e compôs o chamamé  Merceditas.
Merceditas transformou-se numa das mais famosas músicas de raiz folclórica da Argentina, foi traduzida para vários idiomas e foram feitas versões por um grande número de intérpretes.


Merceditas – Los Chalchaleros da cidade de Salta, capital da província de mesmo nome, considerado um dos mais importantes conjuntos folclóricos da Argentina.   



 


Merceditas - Os Serranos representam todos os bons conjuntos fandangandeiros do Rio Grande do Sul, posto que por aqui, conjunto que não toca Merceditas fica devendo!



 Merceditas-  Gal Costa. Mais uma maravilhosa versão na inconfundível voz da Gal e de brinde fotos da musa, Mercedes, quando jovem.




"Merceditas" - Yamandu Costa+Renato Borghetti+Guto Wirtti+Arthur Bonilha- Levada pelas mãos destes quatro mestres, Merceditas, que sempre foi fandangueira e nos chamou pra danças, aqui parece dizer: Sentem e escutem:




Em 1990, Ramón e Mercedes, depois de muitos anos, tiveram um novo encontro, ele voltou a propor casamento à amada, ela...      Bem, vamos deixar que ela mesma nos conte como foi este encontro,  através das imagens do programa da TV Argentina, “En el camino”:



Entrevista com Mercedes

Esta señora es Merceditas, la del chamamé - En el Camino





Um brinde para os leitores que gostam de "aranhar" suas violas:

Video-Aula Mercedita com o professor Alexandre da Luz



A letra:

Merceditas

¡Qué dulce encanto tiene
en mi recuerdo, Merceditas,
aromada florecita,
amor mío de una vez!
La conocí en el campo,
allí muy lejos, una tarde,
donde crecen los trigales,
provincia de Santa Fe.

Así nació nuestro querer,
con ilusión, con mucha fe.
Pero no sé por qué la flor
se marchitó y muriendo fue.
Y amándola con loco amor,
así llegué a comprender,
lo que es sufrir, lo que es querer;
porque le dí mi corazón.

Como una queja errante
en la campiña va flotando
el eco vago de mi canto,
recordando aquel amor.
Pero, a pesar del tiempo
transcurrido, es Merceditas
la leyenda que palpita,
en mi nostálgica canción.

Así nació nuestro querer,
con ilusión, con mucha fe.
Pero no sé por qué la flor
se marchitó y muriendo fue.
Y amándola con loco amor,
así llegué a comprender,
lo que es sufrir, lo que es querer;
porque le dí mi corazón.




Versão em Português:

Que doce encanto traz
a minha lembrança, Mercedita,
minha flor a mais bonita
Que uma vez tanto amei
A conheci no campo
há muito tempo, Numa tarde
onde crescem os trigais
Província de Santa Fé;

E assim nasceu nosso querer
Com ilusão com muita fé
Mas eu não sei por que a flor
Foi murchando até morrer
E amando-lhe com louco amor
Assim cheguei a compreender
O que é querer o que é sofrer
Por ter lhe dado o coração

E como vento errante
nas poçilhas Vai sobrando
um eco vago do meu canto,
Vai lembrando aquele amor
Mas apesar do tempo
já passado, És Mercedita
a lembrança que palpita
Na minha triste canção

E assim nasceu nosso querer
Com ilusão com muita fé
Mas eu não sei por que a flor
Foi murchando até morrer
E amando-lhe com louco amor
Assim cheguei a compreender
O que é querer o que é sofrer
Por ter lhe dado o coração

sábado, 6 de julho de 2013

Prendas e Peões





O CCN- Centro Cultural Nativista - Sentinela do Rio Grande participou no último final de semana, dias 28 e 29 de junho de 2013, da 44ª Ciranda Cultural de Prendas e do 26º Entrevero Cultural de Peões da 6ª Região Tradicionalista (cidades de Chui, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte e Rio Grande), realizado na sede do CTG Farroupilha, situada no Campus da FURG- Fundação Universidade Federal do Rio Grande.
Na ocasião foram titulados peões e prendas para a gestão 2013/2014 e o CCN Sentinela do Rio Grande teve a felicidade de conquistar os primeiros lugares em todas as categorias em que participou, com a escolha de seus representantes:
 Giovana Martins 1ª Prenda Mirim da 6ª RT,  Glaucia Brum Crizel 1ª Prenda Juvenil da 6ªRT,  Allan Longaray 1º Peão Farroupilha da 6ª RT , Mateus Dias Louzada Guri Farroupilha da 6ª RT.
 
Pronto!  Essa era a notícia!  Poderia encerrar a postagem por aqui... Mas hoje não, hoje é preciso dizer mais...
E digo:  Hoje a mensagem está nas entre linhas; no sorriso contido, no olhar de “foi bom!”, na lágrima que ficou na retina,  na mão levantada, na boca apertada, no agradecimento aos céus, no respeito aos concorrentes e acima de tudo na confiança  em nossas crianças, nossos peões e prendas!  E a mensagem está no aplauso que vem após cada poesia ou cada canção e ao final de cada apresentação!
A mensagem se fez presente na entrega das faixas e crachás...  Chegaram os pais e mestres, os amigos, parentes e toda a patronagem...  Ali estavam muitos Bentos, Netos, Garibaldis e Anitas, todas as Anitas!    Alguns conversavam em voz alta, outros baixinho, todos apreensivos, quase nervosos, entregues à angustia da espera! O tempo, esse carrasco, implacavelmente contava cada minuto que nos separava da hora final, da hora decisiva, da grande hora, esperada por todos,  a hora do resultado!   Ela chegou: Finalmente vieram os resultados!  Mas não assim de uma vez...  Pronto! Vocês do CCN, são campeões de tudo! Não! Vieram em doses homeopáticas, um a um, e entre um e outro, alegria e angústia se revezavam, foi assim até o final!  Que final!  Que final! Todos os representantes do CCN em primeiro lugar! Todos!  Ai sim! Os corações aliviados explodiram em alegria: É Sentinela!  É Sentinela! É Sentinela! Nesse grito a tradução da nossa cultura por pessoas que dedicam suas vidas a Tradição Gaúcha; das lides campeiras, da música e da poesia, da nossa História e Geografia, nossos usos e costumes.  O reconhecimento do resultado de anos cultivando princípios que finalmente frutificam e possibilitam reconhecermos uns nos outros a nossa identidade; o ser gaúcho!
 E, principalmente, ver nos rostos desses novos peões e prendas o futuro da nossa raça!
   De repente o grito Sentinela!  Traduziu-se em Tradição!  A vitória dos nossos peões e prendas era a vitória de todos os peões e prendas e o feito do CCN era o feito de 6ªRT,  a nossa grandeza nessa tarde era a grandeza do próprio Movimento Tradicionalista Gaúcho.