Hoje foi um dia de paradoxos. Pela manhã discutir e estudar a associação de multiplos medicamentos (morfina e mais morfina) para aliviar uma dor lancinante de um paciente oncológico… horas após tratar com palavras e ouvido (muito ouvido! …e um pouco de fluoxetina, claro!) uma dor psicogênica de uma depressiva sem medicação... Já à noite, ao chegar em casa, sentir doer panturrilha e latejar o tornozelo, fruto da maratona diária, solucionada facilmente com a sonhada cama.
Três faces de um polígono de muitos lados.
Eis a cara da dor, companheira eterna de muitos (ou será de todos?).
Às vezes mansa como um pêlo "encravado", noutras colérica como "pedras" no rim… nunca se dá por vencida e apesar dos pesares, insiste, incansavelmente, em tornar penosa a perfeição das nossas vidas. NÃO SE ASSUTE!
Nada que uma cama, um ouvido ou uma morfina não resolvam , TEMPORARIAMENTE.........
Mas afinal, qual a pior de todas as dores?
Aquela que você está sentindo agora!
4 comentários:
E a dor do outro sempre parece menor que a nossa...
Mas bah, Dr.
Entre o NASCER, a dor do parto e o MORRER, a dor da perda, temos direito ao analgésico da VIDA!
Parabéns pelo texto e Bonfindi!
"Três faces de um polígono de muitos lados".
Estranho o pensamento matemático que me veio ao ler esta frase...
Pensei: tem mesmo muitos lados este polígono ( ops...tem muitas faces...ops...quem sabe tem muitos vértices...).
Acrescenta aí em tua maratona de "dores" sentidas , ouvidas e amenizadas , a dor que Maria sentiu ao ver Seu filho na Cruz, e que mães sentem no coração apertado...Não tem ouvido, não tem morfina...Apenas dói...e a oração ameniza...
Tua sensibilidade ao escrever este texto me emociona...tu sempre me emocionas...
Te amo!
Tua mãe, Regina.
É...de fato a maior dor é aquela que estamos sentido da hora...mesmo que ela não faça sentido algum ou seja sem causa aparente...
Belo texto
Bjss
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