terça-feira, 13 de outubro de 2009

12 de Outubro - Dia do AGRÔNOMO

by César Elias

Torno pública a carta mais linda de amor a sua profissão, redigida por uma assumidade mundial na área de pós-colheita, em especial em arroz. Um dos responsáveis pela desenvolvimento do arroz parboilizado que hoje conhecemos e o maior apaixonado pelo que faz.



(Por Moacir Cardoso Elias (eliasmc@uol.com.br), Engº Agrº, Professor Doutor da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, da Universidade Federal de Pelotas, na comemoração do dia 12 de outubro de 2009)


PARABÉNS, COLEGA, PELO NOSSO DIA. ESCOLHI SER ENGENHEIRO AGRÔNOMO PORQUE ...


... fico emocionado e sinto que amo a natureza ao sentir o cheiro da terra molhada pela chuva, o perfume do mel recém colhido, as caricias que o vento faz em meu rosto e em meus cabelos;


... fico emocionado e sinto que amo a natureza ao ouvir o som dos córregos e das cachoeiras, o cântico das aves, o mugido dos bovinos e bufalinos, o balido dos ovinos e caprinos, o zunido dos insetos, o relincho e o tropel dos potros, o zurro dos jumentos, o barulho das folhas agitadas pelo vento;
... fico emocionado e sinto que amo a natureza ao me deparar com a imensidão dos horizontes dos campos e das grandes plantações, a organização diversificada das pequenas e médias propriedades rurais, a sombra das árvores e o abrigo das florestas, a inclemência do frio no sul e do calor no norte, a intensidade do brilho do sol e a melancolia dos dias nublados;


... fico emocionado e sinto que amo a natureza ao perceber o crescimento das plantas, as ondas de ouro dos trigais e dos arrozais maduros, o verde intenso das lavouras de soja e dos canaviais, a abertura dos capulhos dos algodoeiros, as floradas dos pomares e dos cafezais, o cheiro dos frutos maduros e dos grãos recém-colhidos, o vai-e-vem incessante das abelhas, o brilho colorido dos pastos ao raiar do sol, a agitação das colheitas, o corre-corre nos secadores e a dedicação obreira nos silos, nos armazéns e nas agroindústrias;


... fico emocionado e sinto que amo a natureza ao perceber o respeito e a admiração que tenho por todos os animais, selvagens e domesticados, dóceis e bravos, grandes e pequenos, terrestres e aquáticos, bípedes e quadrúpedes, todos eles criados por Deus para auxiliar a vida dos homens, em harmonia e equilíbrio;


... fico emocionado e sinto que amo a natureza ao admirar a docilidade das vacas e das ovelhas, o companheirismo dos cães e dos cavalos, a serenidade dos porcos, a beleza dos pavões, a elegância do nado dos gansos, patos e marrecos, o canto agitado dos galos e dos perus, e sentir que essas manifestações só podem ser de agradecimento pelas formas de carinho, respeito, cuidado e dedicação com que são tratados pelos verdadeiros agricultores e criadores;


... percebo que a terra é parte de minha vida, admiro a dedicação, a bravura e a simplicidade da gente do campo, com seus anseios, suas aspirações e suas crenças, por mais ingênuas que pareçam, e me associo a seus esforços para melhorar suas condições de vida e dos que lhe são queridos;


... constato que os agricultores continuam cultivando atitudes solidárias e valores de dignidade, como o hábito de respeitar e colaborar com os vizinhos na defesa de interesses comuns, e que no campo há integridade dos lares e consciência da influencia que o lar deve ter sobre a cultura e a formação do caráter das pessoas;
... acredito no direito dos agricultores a um maior bem-estar, a um nível de vida que recompense seu capital, seu trabalho, seus conhecimentos e riscos, e a sua justa pretensão de ter tratamento igual aos dos que trabalham nas atividades urbanas, pois as atividades do agronegócio estão entre os sólidos esteios da Nação, reservatórios inesgotáveis da sua prosperidade e de firme defesa contra a iniqüidade e a exploração dos bens e valores mais caros do País;


... acredito nos jovens do campo, em seu anseio por se tomarem alguém, recebendo preparação intelectual, física, técnica e moral, para poderem responder ao apelo da terra, que clama por eficiência em seu trabalho;


... percebo que minha profissão me dá oportunidade de ser útil no desafio da produção de alimentos, bens e serviços para o bem-estar da humanidade, se a exercer com espírito de humanismo e de fraternidade, e que os homens ligados às atividades do campo podem contar com minha lealdade e meu entusiasmo para propagar seus princípios e ideais na busca maior do desenvolvimento nacional com justiça social;


... acredito em minha formação profissional e humildemente, mas com toda a sinceridade, sou capaz de oferecer minha dedicação e a arte de meu saber para auxiliar homens, mulheres, jovens e crianças do campo a tornarem harmoniosa a comunidade rural, prósperas suas terras e confortáveis seus lares, tornando útil minha própria vida, com recompensas àqueles a quem amo;


... sinto com toda a força de minha alma que respeito e admiro profundamente os valores e a vida ligada ao campo, e por ter amor a todas estas coisas, e por crer em tudo isto, escolhi ser ENGENHEIRO AGRÔNOMO, tenho muito orgulho de minha profissão e sou feliz com ela.
Colegas e futuros colegas: comemoremos nosso dia. É justo e temos muitos motivos para isso.

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OBS: E eu muitos motivos pra me espelhar nesse escritor aí de cima, que orgulhosamente posso chamar de PAI... :)

9 comentários:

Regina disse...

Filho!
Fico muito feliz por te ver seguindo os passos do teu pai, valorizando também tua honrosa profissão, caminhando com dedicação, com amor ao próximo e intensa paixão pelo que fazes.

A mais de 31 anos, também copm orgulho, vejo no brilho dos olhos do escritor aí de cima tudo o que ele brilhantemente descreve.

Peço a Deus que dê sempre a ele muita saúde para continuar esta caminhada de vitórias.

Um beijo da tua mãe ( e esposa do escritor).

DILERMArtins disse...

Mas bah, Cesar.
É com muito prazer que sou o primeiro a comentar a carta do Professor Moacir.
Muito prazer pois, como analista de crédito rural, que fui e feliz pequeno proprietário que sou, sempre foi na terra que depositei meus sonhos.
Na terra tratada com o amor e o carinho demonstrado na carta acima, produzindo alimentos com respeito a natureza.
Muito prazer ao ler que nem só de ciência e tecnologia vive esse homem que abre seu coração e fala de pássaros, cachoeiras e vento ao rosto, mas acima de tudo nos fala de Humanidade, de Naçao, de Família e principalmente de Deus.

DILERMArtins disse...

PS: Na realidade fui o segudo, a Regina chegou primeiro, é justo...

Anônimo disse...

Uau!
Que texto lindo!
Quando se ama o que faz, tudo parece perfeito, ainda que haja intempéries e problemas de todas as ordens.
Parabéns!

chica disse...

Na leitura dessa carta, arrepios de emoção que foram completados ao ver o comentário de Regina e ao saber que é de teu pai que falas.LINDO! Parabéns a todos e ao Dilermano que queria ser o primeiro,srsrsrrabração,chica

Thiago Luz disse...

Isso que é sucesso profissional, ou seja, felicidade. Abraços.

Max Coutinho disse...

Olá Diler!

Uma carta de amor mesmo!! Uma das coisas mais lindas é o amor que possamos ter à nossa profissão (o que nos leva a ser super eficientes e, logo, felizes).

Adorei esta declaração de amor à natureza!

Um abraço

Max Coutinho disse...

Oops,

Desculpa César...chamei-te Diler (força do hábito)!!

Esqueci de dizer uma coisa: não há nada como promover a nossa família :D!

Um abraço

Jota Effe Esse disse...

Com certeza podes te orgulhar de teu pai. Meu abraço.