terça-feira, 14 de maio de 2013

O guri calou sua voz

Quinze anos sem Cesar...




Guri
Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesse
Uma mala de garupa e uma bombacha e me desse
Queria boinas e alpargatas e um cachorro companheiro
Pra me ajudar a botar as vacas no meu petiço sogueiro
Hei de ter uma tabuada e o meu livro "Queres Ler"
Vou aprender a fazer contas e algum bilhete escrever
Pra que a filha do seu Bento saiba que ela é meu bem querer
E se não for por escrito eu não me animo a dizer
Quero gaita de oito baixos pra ver o ronco que sai
Botas feitio do Alegrete e esporas do Ibirocai
Lenço vermelho e guaiaca compradas lá no Uruguai
Pra que digam quando eu passe saiu igualzito ao pai
E se Deus não achar muito tanta coisa que eu pedi
Não deixe que eu me separe deste rancho onde nasci
Nem me desperte tão cedo do meu sonho de guri
E de lambuja permita que eu nunca saia daqui


3 comentários:

Max Coutinho disse...

Oi Diler,

Que poema lindo - adorei.

César Passarinho escrevia bem. Obrigada por partilhares esta beleza.

Um abraço (já estava com saudades)

chica disse...

Linda homenagem ao passarinho que cantava tri bem! Adoro essa música! abração,chica( Hoje acordei com o Macedo na Gaúcha tocando essa)

J.F. disse...

É, Diler.
Vão-se os bons, ficam os comerciais sem inspiração.
Grande Cesar Passarinho!
Abração.